Bewitched
A Feiticeira
- de 17/09/1964 a 25/03/1972.
- 8 temporadas (254 episódios).
- Columbia Television e William Asher.

DIREÇÃO DE DUBLAGEM:
Hélio Porto / Ary de Toledo / Amaury Costa / José Soares / Older Cazarré/ Olney Cazarré / Dráuzio de Oliveira
ESTÚDIO DE DUBLAGEM:
AIC - São Paulo
MÍDIAS:
Televisão e DVD
Elenco Principal






Aparições Recorrentes





Outros


A Dublagem
Em 1964, a televisão americana apresentou um fenômeno que combinava comédia, fantasia e o cotidiano familiar: Bewitched, conhecida no Brasil como A Feiticeira. A série conquistou o público ao mostrar Samantha Stephens, uma bruxa moderna que tenta levar uma vida normal ao lado de seu marido mortal, James.
No Brasil, a série chegou poucos anos depois, encantando telespectadores com sua mistura de humor, encantamento e personagens carismáticos, enquanto a dublagem nacional se tornou referência de qualidade, garantindo a identificação com a plateia.
Magia e Cotidiano
Produzida pela Columbia Television e pelo diretor William Asher, A Feiticeira teve 8 temporadas e 254 episódios, transmitidos de 17 de setembro de 1964 a 25 de março de 1972. A série explorava a vida de Samantha Stephens (Elizabeth Montgomery), uma bruxa que se casa com James (Dick York, depois Dick Sargent) e tenta conciliar seu mundo mágico com a vida cotidiana.
O enredo explorava situações cômicas geradas pelo uso involuntário de magia, além de dilemas familiares e sociais. Samantha precisava lidar com a mãe poderosa, Endora, e outros parentes excêntricos, enquanto mantinha sua vida normal sem que vizinhos e colegas descobrissem seu segredo.
A série se destacou por inovar na comédia situacional, inserindo elementos de fantasia de maneira natural e acessível, conquistando públicos de todas as idades.
Do Outro Lado do Atlântico
No Brasil, A Feiticeira fez sua estreia em 1965 pela TV Paulista, marcando o início de uma trajetória que atravessaria décadas e diversas emissoras. Em 1968, a série passou a ser exibida pela TV Excelsior e, pouco depois, pela Rede Tupi. Durante a década de 1970, a TV Globo aproveitou a popularidade do seriado para reprisar episódios na programação matutina, alcançando um público ainda maior.
Mais tarde, a série também passou pela Rede Record, entre o final dos anos 1970 e meados dos anos 1980, e pela Rede Bandeirantes, de 1987 a 1991. Com a chegada e a massificação da TV a cores, as duas primeiras temporadas, originalmente produzidas em preto e branco, acabaram sendo deixadas de lado pelas emissoras, assim como ocorrera nos Estados Unidos.
O fim da década de 1990 trouxe uma nova fase para a série: em 1999, a recém-inaugurada RedeTV! passou a exibir A Feiticeira de segunda a sábado em dois horários, 13h e 20h30, dentro do bloco Série Especial, junto com Jeannie é um Gênio. Em 2001, a emissora exibiu também as duas primeiras temporadas, colorizadas por computador e com a dublagem original. No entanto, em março de 2002, ambas as séries saíram do ar. Entre 2004 e 2006, a série foi transmitida pela Rede 21, do Grupo Bandeirantes.
Em 6 de março de 2006, a RedeTV! trouxe novamente a série à programação, exibindo-a de segunda a sexta às 14h. Pouco depois, em abril, o horário mudou para 18h45 e, em junho, para 20h40, de segunda a sábado, até que a programação foi interrompida devido ao horário político durante as eleições gerais. Algumas semanas depois, a série retornou, mas em fevereiro de 2007 passou a ser exibida apenas aos sábados, permanecendo até 7 de abril de 2007, quando saiu do ar definitivamente.
Em setembro de 2007, a Rede Brasil de Televisão assumiu a exibição diária da série, em três horários: 12h30, 19h30 e 23h30. Em 2008, os horários variaram para 10h e 18h, e posteriormente para às 15h de segunda a sábado. Nos anos seguintes, as transmissões continuaram, porém de forma irregular, com dias e horários inconstantes.
Mais recentemente, desde 2019, a Rede Brasil passou a exibir A Feiticeira às segundas e quintas-feiras, nos horários de 07h30, 13h15 e 21h00. Em abril de 2020, a série também chegou à TV Cultura, ampliando ainda mais seu alcance e mantendo viva a magia da bruxa mais famosa da televisão.
Vozes Encantadas
A dublagem de A Feiticeira é um caso emblemático de adaptação de série estrangeira, marcada pela complexidade e pela evolução ao longo do tempo. Realizada pelo estúdio AIC – São Paulo, a dublagem iniciou em 1965 e se estendeu até o início de 1973, com diversos intervalos devido a mudanças de emissoras e disponibilidade de dubladores.
Inicialmente, Hélio Porto cuidou da tradução e direção, chegando a propor o título “As Feiticeiras” antes de ajustar para o nome original. Para tornar o conteúdo mais acessível ao público brasileiro, o marido de Samantha, originalmente chamado Darrin, recebeu o nome de James, melhor sincronizado com a boca dos atores.
Nos primeiros episódios, dubladores convidados como Rita Cléos e Xandó Batista participaram de personagens temporários, mas mais tarde assumiram os papéis fixos de Samantha e Abner Kravitz, respectivamente. A dublagem da 2ª temporada trouxe novas vozes, muitas vindas do rádio, mas algumas não se adaptaram, retornando apenas para participações pontuais.
A partir da 3ª temporada, Older Cazarré assumiu como diretor artístico e trabalhou para uniformizar o elenco fixo. Entre os destaques, Olney Cazarré, irmão mais novo de Older, dublou James e outros personagens, tornando-se diretor de dublagem oficial a partir da 4ª temporada. Ele liderou um trio de alto nível com Rita Cléos e Helena Samara, garantindo consistência e qualidade sonora à série.
Diversos ajustes finos foram implementados, como a voz de Serena (prima de Samantha), que recebeu uma entonação arrogante para contrastar com a voz mais suave de Samantha, e adaptações de personagens secundários como Maurice, Tio Arthur, Tia Clara e Pyllys, que receberam interpretações marcantes e memoráveis. A continuidade das vozes de vizinhos icônicos, como Gladys e Abner Kravitz, proporcionou familiaridade e estabilidade para o público.
A dublagem brasileira de A Feiticeira tornou-se tão icônica que, mesmo após 40 anos, as vozes de Nícia Soares, Rita Cléos, Olney Cazarré e Helena Samara ainda são lembradas como a essência sonora da série no Brasil, criando uma forte ligação afetiva com os telespectadores.
Humor, Magia e Influência Cultural
A Feiticeira não foi apenas uma série de sucesso: foi um marco cultural, mostrando que a comédia e a fantasia podiam se unir à vida cotidiana de maneira inteligente e divertida.
A dublagem brasileira teve papel decisivo nesse impacto, criando uma conexão emocional com o público e estabelecendo padrões de interpretação que influenciariam futuras adaptações.
O humor sofisticado, os personagens carismáticos e a abordagem inovadora da magia no cotidiano familiar transformaram A Feiticeira em um clássico atemporal, capaz de encantar gerações e se manter relevante na memória afetiva do público brasileiro. A excelência da dublagem e a fidelidade às emoções dos personagens contribuíram para que a série permanecesse um exemplo de qualidade e referência na televisão nacional.





























































