Numa época onde o humor ingênuo imperava, uma dupla de mestres da dublagem ajudou a propagá-lo.
Sinônimo de humor ingênuo e inteligente os comediantes Stan Laurel (o magro) e Oliver Hardy (o gordo) alcançaram grande sucesso em todo o mundo, com suas esquetes, encenadas desde o cinema mudo até meados da Era de Ouro de Hollywood.
Os dois atuaram juntos pela primeira vez no filme mudo The Lucky Dog (1917). Após um período aparecendo separadamente em vários curtas-metragens no Hal Roach Studios, eles se uniram em 1926 numa produção de Hal Roach chamada 45 Minutes from Hollywood, tornando-se oficialmente uma dupla no ano seguinte.
Rapidamente os nomes de Stan Laurel e Oliver Hardy ficaram mundialmente conhecidos e ambos tornaram-se as estrelas mais lucrativas de Hal Roach. Entre seus filmes mais populares estão os longas-metragens Filhos do Deserto (1933), Dois Caipiras Ladinos (1937), e A Ceia dos Veteranos (1938) e os curtas Negócio de Arromba (1929), Liberdade e Seus Perigos (1929) e Caixa de Música (1932), vencedor do Oscar de Melhor Curta-metragem.
Com o surgimento do som no cinema, muitos atores acabaram deixando suas carreiras por não se adaptarem à nova tecnologia. Felizmente Laurel e Hardy se encaixaram perfeitamente ao novo sistema, já que o acento inglês de Laurel combinava perfeitamente com a sonoridade serena de Hardy, criando assim um novo conceito nesses personagens.
Entre os anos de 1945 e 1950, os comediantes deixaram um pouco o cinema de lado se concentrando mais nas apresentações teatrais. Em 1947, ficaram seis semanas na Grã-Bretanha, permanecendo no Reino Unido e França até 1954. Fizeram seu último filme, Atoll K, na França entre 1950 e 1951, e deixaram definitivamente o cinema. Ao todo, fizeram cerca de 106 filmes juntos, sendo 40 curta-metragens sonoros, 32 curta-metragens no cinema-mudo, 23 longa-metragens, e 11 filmes como convidados.
Chegada ao Brasil.
A série O Gordo e o Magro estreou no Brasil no dia 23 de agosto de 1971 às 17h30 na TV Tupi de São Paulo, vindo ser apresentada para todo o Brasil em seguida. Durante seis meses os agentes da Filmar Telesistema Films foram em várias cinematecas, organizações particulares e comerciais dos Estados Unidos e Canadá afim de reunir todos os filmes da dupla de comediantes.
A missão apesar de complicada foi satisfatória, pois conseguiram um pacote com 52 curtas-metragens com áudio, 38 produções mudas e 12 longas-metragens. Todo o material foi encontrado em excelente estado de conservação e trazido ao Brasil para exibição em formato de série. Além de exibir as comédias curtas, a TV Tupi levou ao ar os longas-metragens em horário nobre. Em seguida alternou a exibição do programa em diferentes horários mantendo O Gordo e o Magro até quase o encerramento das atividades da emissora.
Com o aparecimento da televisão em cores o show de Stan Laurel e Oliver Hardy tornou-se uma espécie de programação da “hora”, podendo entrar em qualquer horário, no entanto as comédias “mudas” jamais foram reprisadas.
Após o fechamento da TV Tupi os filmes da dupla foram deixados de fora da programação brasileira por alguns anos até que chegaram à TV Bandeirantes, sendo apresentados por vários anos, onde ocupavam horários diferentes, chegando na última exibição, a ser exibido no horário das 7h da manhã de segunda à sexta.
Falando em português.
Quando o material de raridades de Oliver Hardy e Stan Laurel chegou ao Brasil, acabou recebendo um tratamento especial, sendo enviado a Blimp Film que tratou da música e efeitos sonoros das produções.
A dublagem acabou indo parar no maior estúdio da época, a AIC — São Paulo. O trabalho de adaptação para o nosso idioma iniciou em 1968. A direção do ficou a cargo de José Soares que também se encarregou de emprestar sua voz ao ator Oliver Hardy. Samuel Lobo recebeu a incumbência de traduzir o material e para as comédias sem diálogos, precisou criar um roteiro. A tarefa era algo complicado, pois teria acima de tudo adaptar para a nossa realidade sem descaracterizar o enredo e manter o humor, mas Lobo era genial nessa tarefa e o resultado final ficou primoroso.
O desafio mais complicado foi encontrar uma voz que se as-semelhasse à de Stan Laurel. Depois de muitos testes o nome escolhido foi o de Waldir Guedes, nome bastante atuante na AIC naquela época e dono de falsetes impressionantes, principalmente em desenhos animados.
A direção do trabalho ficou a cargo de José Soares que também se encarregou de emprestar sua voz a Oliver Hardy. Nos anos 90, quando alguns curtas foram apresentados pela Rede Globo, apareceram colorizados e redublados, agora com a dupla recebendo as vozes de Orlando Drummond e Waldyr Sant’anna.
A dublagem original só reapareceu na nossa telinha no início da década de 2000, na Rede Brasil, e também tempos depois, por um breve período, pela Rede Record. Até que o trabalho da AIC foi lançado em DVDs, por distribuidoras menores.
JOSÉ SOARES
Um dos nomes mais conceituados da nossa dublagem, José Soares interpretou o Oliver Hardy no seriado.
Iniciou sua carreira na televisão, tendo trabalhado na Tupi, onde atuou em várias novelas e programas da emissora. Em 1957 começou na dublagem dentro do estúdio Gravason, passando também pela Ibrasom.
Na AIC acumulou as funções de dublador e diretor de dublagem. Emprestou sua voz a inúmeros personagens de destaque como Senhor Peebles (Maguila – O Gorila), Peter Potamus, Frankenstein Jr., Alexander B. Fitzhugh (Terra de Gigantes), Cabeça de Ovo (Batman -1966) Smedley (Picolino), Son Gohan (Dragon Ball), Doutor Raymond Swain (O Túnel do Tempo), Perry White (As Aventuras do Super Homem -1952), Mike Axford (Besouro Verde), Vovô Arnold (Anos Incríveis) e o velhinho cego Mister Magoo, talvez o grande destaque de sua carreira.
No final dos anos 90 afastou-se da dublagem, atuando apenas esporadicamente. Em novembro de 2009 foi operado na coluna e após o surgimento de outros problemas, faleceu no dia 23 de dezembro daquele ano.
WALDIR GUEDES
Waldir Guedes foi o intérprete do personagem Magro (Stan Laurel).
Começou a carreira como rádioator chegando à Rádio Nacional no início de 1952. Também trabalhou na década de 1950 na TV Paulista atuando em diversos teleteatros.
Ingressou na dublagem no início da década de 1960 trabalhando no estúdio Gravason até a chegada da AIC. Em 1972, transferiu-se para a Álamo, sendo convidado para inaugurar a empresa como diretor artístico.
Entre os destaques da sua carreira emprestou a voz aos personagens Xuxu e Bacana (Manda-Chuva), Olho-Vivo, Hardy (Lippy & Hardy), Larry Tate (A Feiticeira), Jeremias (A Família Robinson), Narrador (Além da Imaginação) Plic (Plic, Ploc e Chuvisco), Bobby Filho (Bibbo Pai e Bobby Filho), Tenente Mike Parker (Cidade Nua), Robô Max (Os Jetsons), Loopy Le Beau, Duque Duralumínio (A Princesa e o Cavaleiro), Puft Puft (A Flauta Mágica) e Wilhelm Klink (Guerra, Sombra e Água Fresca).
No final da década de 1970, Guedes afastou-se do seu trabalho com dublagem, por conta de problemas com álcool, vindo a falecer no ano de 1984.
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