Chōshinsei Furasshuman - 超新星フラッシュマン
Comando Estelar Flashman
- de 01/03/1986 a 21/02/1987.
- 1 temporada (50 episódios).
- Toei Company.

DIREÇÃO DE DUBLAGEM:
Líbero Miguel
ESTÚDIO DE DUBLAGEM:
Álamo
MÍDIAS:
Televisão e VHS
Elenco Principal


























Outros


A Dublagem
No final da década de 1980, o Brasil já respirava tokusatsu graças ao estrondoso sucesso de Changeman e Jaspion, exibidos na Rede Manchete. Foi nesse cenário que surgiu Comando Estelar Flashman (Choushinsei Flashman), a décima produção da franquia Super Sentai da Toei Company, exibida originalmente no Japão entre março de 1986 e fevereiro de 1987.
A série chegou ao país em 13 de março de 1989, pela Manchete, conquistando seu espaço com uma mistura de ação, drama e ficção científica.
Diferente de outras atrações do gênero, Flashman carregava um tom mais sombrio, com temas ligados à genética, experimentos cruéis e a busca por identidade. Sua dublagem nacional foi um marco, tanto por revelar talentos que mais tarde se tornariam gigantes na área, quanto por introduzir ao público brasileiro uma experiência diferenciada de adaptação.
Uma produção cósmica e seu enredo inovador
Produzida pela Toei Company, Flashman foi um passo ousado dentro da franquia Super Sentai. Além de manter o tradicional esquema de cinco guerreiros coloridos, a série foi a primeira a introduzir um segundo robô gigante – Titan Junior –, que futuramente se uniria ao poderoso Gran Titan. Essa inovação garantiu à Toei e à Bandai (principal patrocinadora e fabricante de brinquedos) um enorme sucesso comercial, abrindo caminho para a expansão do universo dos Sentai.
A trama girava em torno de cinco crianças abduzidas da Terra pelo maléfico Império Mez, liderado pelo Monarca La Deus. Salvos por habitantes do Planeta Flash, eles cresceram em satélites de treinamento, adquirindo poderes especiais e habilidades sobre-humanas. Após vinte anos, retornam ao seu planeta natal para enfrentar os vilões e desvendar o paradeiro de suas famílias.
Com episódios que transitavam do leve e aventureiro ao dramaticamente sombrio, Flashman surpreendia por sua progressão narrativa. O clímax da série se dava quando os heróis descobriam que a energia Flash, que lhes conferia poderes, também poderia matá-los caso permanecessem muito tempo na Terra. Esse dilema trágico deu ao enredo um peso emocional raro em produções do gênero.
A jornada televisiva de Flashman
No Brasil, Flashman estreou pela Rede Manchete no dia 6 de março de 1989 e permaneceu até 1992, aproveitando o auge da febre tokusatsu. Posteriormente, foi exibida pela Rede Record, onde passou na ser exibida a partir do dia 1 de Agosto de 1994 e ficou até o ano seguinte.
Teve passagens curtas pela CNT/Gazeta (1997). Anos depois, ainda retornaria pela Ulbra TV e pela Rede Brasil de Televisão, mantendo viva a nostalgia entre os fãs.
Além da TV aberta, a série encontrou espaço no mercado de home-video. A Everest Vídeo foi responsável pelo lançamento em VHS, com um detalhe curioso: a distribuidora traduziu e adaptou os créditos de abertura e encerramento para o português, algo inedito entre tokusatsus no Brasil. Décadas depois, a Focus Filmes relançou a série em DVD, permitindo que novas gerações tivessem acesso ao título.
A popularidade também se estendeu para produtos derivados. Bonecos, LP com as músicas da série, máscaras, fantasias e até o famoso “Relógio Refração” marcaram presença entre os itens de desejo das crianças brasileiras nos anos 90.
As vozes por trás das estrelas: a dublagem brasileira
Se a narrativa cativava, a dublagem brasileira foi decisiva para eternizar Flashman no imaginário nacional. Produzida pela Álamo, em São Paulo, a dublagem contou com grandes nomes que imprimiram emoção, carisma e força aos personagens.
Foi nesta série que Francisco Brêtas realizou sua primeira dublagem, emprestando voz ao protagonista Jin/Red Flash, um papel desafiador e de enorme responsabilidade. A experiência abriu caminho para que Brêtas se tornasse um dos mais reconhecidos dubladores do país. Outro destaque é a estreia de Élcio Sodré, hoje um ícone da dublagem, que fez uma participação como voz adicional no episódio 24.
A série também contou com atuações marcantes de Eduardo Camarão (Dan/Green Flash), Carlos Laranjeira (Go/Blue Flash), Lúcia Helena (Sara/Yellow Flash) e Cristina Rodrigues (Lu/Pink Flash), além de veteranos como Nair Silva e Líbero Miguel, que ajudaram a compor um elenco sólido e consistente.
Um detalhe curioso é que a dublagem em espanhol, também realizada na Álamo, manteve praticamente o mesmo elenco brasileiro, com exceção do narrador. Esse intercâmbio de vozes mostra o reconhecimento da qualidade do trabalho feito no Brasil, considerado referência para adaptações da época.
Apesar do sucesso, os filmes derivados da série – exibidos no Japão em festivais da Toei – não chegaram a ser dublados no Brasil. Isso ocorreu por questões logísticas e financeiras, já que a distribuidora Everest não tinha acesso direto ao acervo cinematográfico da Toei.
Estrelas que não se apagam
Mesmo sem alcançar o mesmo impacto de Changeman e Jaspion, Comando Estelar Flashman consolidou sua posição como uma das produções mais queridas do gênero. Sua combinação de ação, drama e dilemas existenciais garantiu um charme único, que até hoje emociona fãs.
A série ainda se destacou ao ser a primeira Super Sentai a apresentar um “final especial”, exibido na TV Asahi em 1987. Esse formato diferenciado seria replicado nas produções seguintes da franquia, tornando-se tradição.
No Brasil, a lembrança de Flashman permanece viva, seja através das reprises ocasionais, do relançamento em mídias físicas ou do carinho de fãs que cresceram ao som do icônico grito: “Refração Flash!”
Mais do que apenas mais um tokusatsu, Flashman trouxe uma mistura de esperança e melancolia, mostrando que até os heróis mais poderosos enfrentam limitações e sacrifícios. E talvez seja justamente essa humanidade escondida sob os capacetes coloridos que explique por que, décadas depois, eles continuam brilhando na memória dos brasileiros.




























