Em meio a satélites, espaçonaves e aventuras intergalácticas, um velho conhecido da Hanna-Barbera ganhou um uniforme futurista e embarcou numa nova missão: proteger o universo — ao lado de uma turma canina de elite. Assim nasceu Astro e os Cães Especiais, um dos segmentos mais curiosos (e queridos!) do bloco Space Stars, exibido originalmente em 1981.

No Brasil, a série chegou em 1982 pela TVS (futura SBT), dentro do pacote intergaláctico que também trazia Space Ghost, Os Herculóides e Força Jovem. Entre naves e raios laser, lá estava Astro, o mesmo cão atrapalhado dos Jetsons, agora como integrante de uma força de segurança cósmica.

Latidos Heroicos no Espaço

Se no passado ele era o mascote da família futurista, agora Astro brilhava como parte de uma equipe canina especializada: os Cães Especiais do Espaço. Liderados por Ace, o valentão com espírito de liderança, e acompanhados por figuras como o inventor maluquinho Cosmo, o medroso e estabanado Dimmer, e a eficiente oficial de comunicações Chefe, a turma cruzava a galáxia enfrentando ameaças alienígenas com muita ação… e muitas trapalhadas.

A Dublagem Brasileira: Um Esquadrão de Vozes Marcantes

A dublagem ficou a cargo da BKS, estúdio paulistano responsável por boa parte das vozes nostálgicas dos anos 80. Carlos Campanille dublou o líder Ace com energia e autoridade, enquanto o eterno Borges de Barros deu sua voz inconfundível ao próprio Astro, recriando o sotaque canino que os fãs dos Jetsons já amavam.

Cosmo, o cérebro do time, foi interpretado por Nelson Machado, com seu tom juvenil e agitado; Dimmer teve a voz de Márcia Gomes, garantindo leveza e humor; e o Chefe — apesar do nome genérico — foi dublado com firmeza por Arakén Saldanha, conferindo presença à personagem.

A narração e a leitura dos títulos ficaram a cargo de Francisco Borges, com sua voz envolvente, pontuando cada missão com aquele tom de aventura que só os anos 80 sabiam entregar.

Um Cão Espacial Que Deixou Saudade

Astro e os Cães Especiais teve apenas 12 episódios, mas marcou os corações de quem cresceu com a programação da TVS e suas incursões espaciais. A mistura de ficção científica com humor pastelão era irresistível, e ver o velho Astro como herói galáctico foi, para muitos, uma grata surpresa.

Não teve sequência, nem reboot — e talvez seja melhor assim. Astro e os Cães Especiais permanece como uma cápsula do tempo animada: leve, divertido, e com cheiro de infância. Porque, afinal, heróis também usam coleira.