Honey Honey No Suteki Na Bouken
Favos De Mel
- de 07/10/1981 a 01/05/1982.
- 1 temporada (29 episódios).
- Toei Animation.

DIREÇÃO DE DUBLAGEM:
?
ESTÚDIO DE DUBLAGEM:
MAGA
MÍDIAS:
Televisão
Elenco Principal














Outros


A Dublagem
Criado por Hideko Mizuno – pupila de Osamu Tezuka – o mangá Honey Honey balançou as bancas japonesas em 1966. Quase vinte anos depois, a pequena órfã que mete o nariz em guerras e joias impossíveis finalmente ganhou cor e movimento: em 1981 o estúdio Kokusai Eigasha (Movie International Company) estreou Honey Honey no Sutekina Bōken na televisão nipônica.
Nada de melodrama lacrimoso como Candy Candy: aqui imperam pastelão, perseguições rocambolescas e uma heroína que, em plena II Guerra, nunca perde a doçura – nem o brilho da safira que todo mundo quer roubar.
Anéis, gatinhos e escapadelas pelo mundo
A trama dispara no aniversário da mimada Princesa Flora. Enciumada com o ladrão galante Fênix, ela engole (literalmente!) o papo de que sua beleza vem da safira “Sorriso do Amazonas” e, furiosa, enfia a pedra num peixe lançado pela janela. Azar – ou sorte – da gata Lili, que devora o petisco. Resultado: meio planeta passa a caçar o felino… e é a menina Favos de Mel (uma órfã de 12 anos criada por freiras) quem tenta salvá‑la.
A menina cruza continentes ao lado de pretendentes malucos: o policial alemão Fritz Gestappo, o magnata Paulo Petro, o trambiqueiro Rei Picareta, o índio Jerônimo – todos de olho no anel engolido. O próprio Fênix oscila entre rival e aliado, até render‑se ao charme da garota. Aventuras, disfarces e paixonites culminam numa revelação de novela: Favos é, na verdade, irmã da altiva princesa.
No SBT: a rota brasileira
Em 1987, o SBT voltou com os 29 episódios e encaixou‑os no Show Maravilha; mais tarde, nos infantis Mariane e Sessão Desenho. Ficou no ar até 1991, período em que a garotada decorou cada “Honey!” dito entre quedas e trapalhadas. Não houve exibições em outras grandes emissoras, o que tornou a passagem da série pelo canal de Sílvio Santos quase mítica – quem viu, viu; quem perdeu, só com fitas guardadas por colecionadores.
MAGA em estado de graça
A versão brasileira saiu dos estúdios MaGa (São Paulo) – a mesma equipe de Chaves e Chapolin. Denise Simonetto emprestou à protagonista uma doçura sem pieguice; sua risada nervosa e os gritos “Liliiii!” viraram marca registrada. Márcia Gomes bordou uma Princesa Flora exageradamente afetada, perfeita para o humor cartunesco da série. Já o ladrão Fênix de Orlando Viggiani equilibra charme e fanfarrice, enquanto Nelson Machado faz do Rei Picareta um vilão tão teatral que quase exige aplauso.
O trio de antagonistas fecha com vozes de peso: José Soares (Paulo Petro com sotaque de tabaco cubano), Carlos Seidl (Gestappo ríspido, cheio de “achtung!”) e Renato Márcio (Jerônimo, meio ingênuo, meio peligrosíssimo). A narração, típica da MaGa, não creditada, tem ritmo de trailer e apresenta cada episódio como se fosse matinê de cinema.
Por que ainda vale a pena?
Favos de Mel jamais ganhou remaster HD ou relançamento oficial, mas deixou sementes: foi porta de entrada para animes “de menina” menos melancólicos, inspirou cosplays vintage e – principalmente – prova que comédia de aventura pode ter protagonista feminina sem perder ação.
A dublagem MaGa, divertida e cheia de “que puxa!” escondidos, mantém‑se deliciosa; quem encontra episódios no YouTube ou em feiras de VHS sente imediatamente o açucarado gosto da infância. Honey Honey não tem spin‑off, reboot nem multiverso – tem charme artesanal. E isso, neste mundo insaciável por franquias, é tão raro quanto uma safira escondida em… um peixe.











