Batfink
Batfino
- de 21/04/1966 a 04/10/1967.
- 1 temporada (100 episódios).
- Hal Seeger Productions.

DIREÇÃO DE DUBLAGEM:
?
ESTÚDIO DE DUBLAGEM:
AIC – São Paulo
MÍDIAS:
Televisão
Elenco Principal






A Dublagem
Lançado em meio ao furacão cultural causado pela série Batman de 1966, o desenho Batfink — conhecido no Brasil como Batfino — nasceu como uma paródia do gênero super-herói e logo conquistou seu próprio espaço. Produzido por Hal Seeger, o programa apresentava aventuras curtíssimas, bem-humoradas e cheias de trocadilhos, com traços econômicos e uma estrutura repetitiva que virou marca registrada.
O sucesso nos Estados Unidos se repetiu no Brasil, onde Batfino estreou em meados de 1968 pela TV Excelsior, caindo no gosto popular quase instantaneamente. Exibido ao lado dos clássicos de Hanna-Barbera, o desenho virou um dos favoritos da garotada, tanto por sua ação pastelão quanto pelo texto espirituoso.
Morcego? Gato? O que era aquilo?
Batfino era um herói inusitado — uma mistura de morcego com gato — que combatia o crime em sua cidade a serviço do Chefe de Polícia, usando engenhocas como seu sonar-radar supersônico e uma capa que servia de couraça de aço. Sempre que era alvejado, disparava seu bordão: “Suas balas não me atingem, minhas asas são como uma couraça de aço”, mantendo o brilho das asas com uma latinha de removedor de manchas. Ao seu lado estava Karatê, um ajudante grandalhão e oriental, mestre em artes marciais e motorista do Batilac, um fusca cor-de-rosa com motor nuclear. A dupla lembrava, ainda que em tom de paródia, a dinâmica do Besouro Verde e Kato, que estrearam na mesma época.
Juntos enfrentavam vilões bizarros como Hugo A-Go-Go, um cientista maluco que falava com o narrador e fugia em todo episódio; Ernie Orelhudo, capaz de abrir cofres só com a audição; Ultra-Sônico, que quebrava janelas com seu jato para depois vender os vidros, e Fatman, ladrão especializado em clubes de obesos. A série frequentemente imitava o estilo dramático do Batman de 1966, interrompendo a ação em situações de perigo para o narrador questionar com solenidade se o herói sobreviveria — até, claro, tudo se resolver de forma absurda no episódio seguinte.
Um herói relâmpago nos canais brasileiros
Durante os anos 70, Batfino foi uma presença constante nas grades da TV Record, exibido frequentemente em blocos de quatro episódios por dia, dada sua curta duração. Em 1972, a TV Bandeirantes também apostou na série, aproveitando o sucesso simultâneo da série Batman com Adam West. O morceguinho ainda retornaria à Record em pelo menos duas ocasiões: no final da década de 70 e novamente em meados dos anos 80.
Com o tempo, a série também ganhou espaço na TV a cabo, especialmente durante a fase nostálgica do canal Boomerang. Batfino chegou inclusive a ser lançado em DVD, mantendo viva a lembrança de uma animação modesta, mas marcante.
A dublagem: asas de aço e vozes de ouro
A versão brasileira foi produzida pela lendária AIC – São Paulo e é considerada até hoje um exemplo primoroso de dublagem de humor. A escalação enxuta foi um trunfo: apenas quatro dubladores principais deram conta de praticamente todo o universo da série, com vozes marcantes, interpretações certeiras e total domínio do ritmo cômico.
Carlos Alberto Vaccari dublou Batfino com um falsete peculiar que virou marca do personagem. Sua entonação ingênua e heroica, misturada com certa afetação, fazia contraponto perfeito ao parceiro Karatê, interpretado pelo genial José Soares, que criou uma voz rasgada, fanhosa e impagável para o ajudante atrapalhado.
Wilson Ribeiro foi o narrador — com frases sempre carregadas de ironia e teatralidade proposital — dando ainda mais graça às reviravoltas absurdas de cada história. Já o Chefe foi vivido por Miguel Rosenberg, em uma de suas primeiras passagens pela AIC antes de construir uma carreira sólida no Rio de Janeiro.
Completando o elenco, Roberto Barreiros assumiu a voz do vilão Hugo a Go-Go, com seu jeito espalhafatoso e risada inconfundível, contribuindo para o tom cartunesco da série.
Um clássico da dublagem preservado
É digno de nota que a dublagem original da AIC tenha sido preservada nas exibições posteriores e no lançamento em DVD. Em uma era em que redublagens eram comuns — e muitas vezes polêmicas —, Batfino manteve a dublagem original permitindo que o público revivesse exatamente o mesmo charme que encantou gerações.
Entre piadas nonsense, bordões e vozes inesquecíveis, Batfino permanece um exemplo do poder de uma dublagem bem-feita. E sim — suas asas são de aço, mas sua memória é de ouro.
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