Elenco de Dublagem - Séries

Sea Quest DSV - SeaQuest 2032

Seaquest – Missão Submarina

DIREÇÃO DE DUBLAGEM:

?

ESTÚDIO DE DUBLAGEM:

Herbert Richers

MÍDIAS:

Televisão

Elenco Principal

Aparições Recorrentes

Outros

“Todos nós viemos do mar e é um fato biológico interessante que todos nós temos nas nossas veias a mesma percentagem de sal em nosso sangue que existe no oceano.

Portanto temos sal em nosso sangue, em nosso suor em nossas lágrimas, estamos ligados ao oceano, e quando voltamos para o mar seja para velejar ou para apreciar, estamos retornando para o nlçugar de onde viemos”

A Dublagem

Nos anos 90, quando o futuro da humanidade ainda era um campo fértil para ficção científica na TV aberta, uma série ousou explorar as profundezas oceânicas em vez das estrelas. SeaQuest – Missão Submarina, produção da Universal Television com selo de Steven Spielberg, surgiu como uma resposta high-tech ao fascínio por aventuras e descobertas submarinas. E no Brasil, essa experiência ganhou contornos ainda mais cativantes graças a uma dublagem de alto nível feita pela Herbert Richers, com grandes nomes que ajudaram a traduzir a alma dessa jornada aquática para os nossos ouvidos.

Nas duas primeiras temporadas a série recebeu o título original de SeaQuest DSV  e apenas na terceira e última temporada foi renomeada para SeaQuest 2032, isso porque as histórias foram ambientadas em 2018 na primeira temporada, em 2019 e 2020 na segunda e em 2032 na última.


 

Um mergulho no futuro (e nas tensões do presente)

Lançada em 1993, SeaQuest DSV propunha um futuro próximo, onde a humanidade passou a explorar os oceanos como novo território de disputa e sobrevivência. A bordo do submarino SeaQuest DSV, a tripulação liderada pelo carismático Capitão Nathan Bridger enfrentava pirataria científica, ameaças políticas, criaturas misteriosas e desafios morais. Misturando drama, ficção científica e uma pitada de aventura adolescente, a série era sofisticada para seu tempo — tanto em roteiro quanto em efeitos visuais.

Com o envolvimento de Spielberg, SeaQuest foi planejada como um evento: elenco renomado, cenários futuristas e temas como inteligência artificial, genética, ecologia e diplomacia internacional. Apesar de mudanças de tom entre temporadas — do estilo realista da primeira para o lado mais fantasioso da terceira — a série manteve um público fiel.


 

Da Globo aos canais por assinatura

SeaQuest – Missão Submarina estreou por aqui na Rede Globo em abril de 1994, como parte de uma leva de seriados de ficção que a emissora exibiu aos domingos. A Globo, no entanto, limitou-se a exibir apenas a primeira temporada, deixando o público órfão da continuidade.

Foi o Canal USA, na TV por assinatura, que apresentou todas as três temporadas completas. Mais tarde, a série também passou pela TV Bandeirantes, ainda que em faixas irregulares. Apesar disso, muitos brasileiros guardam lembranças vívidas da série — muito por conta de sua dublagem envolvente e marcante.


 

Mergulho profundo em atuações de peso

A dublagem realizada pela Herbert Richers não apenas localizou SeaQuest para o público brasileiro — ela deu voz, intensidade e textura às profundezas do submarino mais avançado do planeta. A escolha de Leonardo José para interpretar o Capitão Bridger foi certeira: sua voz imponente, porém serena, transmitia autoridade e compaixão. Nos episódios finais, a substituição por Darcy Pedrosa manteve o tom respeitoso do personagem, sem causar rupturas bruscas.

Marcos Souza deu voz a Lucas Wolenczak, o jovem gênio da tripulação, com a vibração adolescente e idealista que o papel exigia. Já Nádia Carvalho, como a Dra. Westphalen, ofereceu uma interpretação sensível, com o tom necessário de maturidade e cientificismo. Outros grandes nomes do elenco incluem Maria da Penha como a tenente Hitchcock, Hamilton Ricardo como o sarcástico Krieg, Mário Tupinambá como o metódico Comandante Ford e o inigualável Isaac Bardavid, que emprestou seu timbre inconfundível ao veterano Crocker, conferindo ao personagem um peso humano raro em personagens coadjuvantes.

Entre os destaques técnicos, a abertura com a narração de Newton da Matta trazia um texto poético e reflexivo sobre nossa ligação ancestral com o oceano. A leitura de títulos, feita por Márcio Seixas, adicionava ainda mais peso e solenidade à produção. O conjunto final era elegante, envolvente e muito acima da média das dublagens para séries de ficção científica da época.


 

Quando a ficção subaquática encontra o talento nacional

Mesmo com apenas uma temporada exibida em TV aberta, SeaQuest deixou sua marca entre os fãs brasileiros de ficção científica. Parte disso se deve ao momento em que foi exibida — início dos anos 90, quando o acesso a produções internacionais era limitado — e parte, sem dúvida, à qualidade da dublagem, que soube equilibrar termos técnicos com linguagem acessível, e emoções intensas com sobriedade.

Hoje, SeaQuest pode ser vista como uma série à frente do seu tempo — tanto em sua abordagem de questões ambientais e éticas, quanto na forma como confiava nos talentos dos atores (e dos dubladores) para sustentar uma narrativa ambiciosa. A produção da Herbert Richers é, até hoje, lembrada com carinho por dubladores, colecionadores e fãs da era de ouro da dublagem brasileira.

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Izaías Correia
Professor, roteirista e web-designer, responsável pelo site InfanTv. Também é pesquisador da dublagem brasileira.

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