Dungeons & Dragons
Caverna do Dragão
- 17/09/1983 - 07/12/1985.
- 3 temporadas (27 episódios).
- TRS Entertainment.

DIREÇÃO DE DUBLAGEM:
Henrique Ogalla e Marlene Costa
ESTÚDIO DE DUBLAGEM:
Herbert Richers
MÍDIAS:
Televisão
Elenco Principal














Aparições Recorrentes
Participações





















































Outros
A Dublagem
Inspirada no universo do RPG homônimo, Caverna do Dragão é uma das animações mais cultuadas da década de 1980. Coproduzida pela Marvel Productions, TSR e pela japonesa Toei Animation, a série foi exibida originalmente nos Estados Unidos pela CBS, entre 1983 e 1985. Com apenas 27 episódios divididos em três temporadas, o desenho marcou gerações — e até hoje alimenta debates sobre o episódio final, que nunca foi produzido oficialmente.
A premissa era instigante: seis jovens embarcam em uma montanha-russa chamada Dungeons & Dragons e são transportados para um reino mágico. Lá, recebem armas mágicas do enigmático Mestre dos Magos e partem em busca de um caminho de volta para casa, enfrentando criaturas perigosas e o temido Vingador, o principal antagonista da série.
No Brasil: Um Desenho, Muitos Destinos
A estreia brasileira aconteceu em 1985, dentro do Balão Mágico, na Rede Globo. Mas foi no dia 30 de junho de 1986, como uma das atrações de lançamento do Xou da Xuxa, que a série explodiu em popularidade por aqui. Durante anos, a Globo exibiu apenas as duas primeiras temporadas. Somente em 1994, no TV Colosso, a terceira temporada foi finalmente apresentada — mas com uma nova dublagem e elenco parcialmente alterado, tendo a direção de Marlene Costa.
A série voltou à TV em várias ocasiões, passando por atrações como Xuxa Park, Angel Mix, Festival de Desenhos e TV Globinho (que nunca exibiu a abertura). No universo da TV por assinatura, teve exibições no Babá Eletrônica do Multishow, uma breve passagem pela Fox Kids e retornou ao catálogo do canal Gloob em 2013.
A Dublagem que Virou Lenda
A dublagem brasileira de Caverna do Dragão foi realizada nos estúdios da Herbert Richers, sob direção de Henrique Ogalla. Apesar de mudanças de vozes nos episódios finais, a dublagem é considerada uma das mais queridas do público. O próprio Henrique Ogalla chegou a emprestar sua voz a mais de um personagem, incluindo o carismático Bobby e a criatura Uni.
O trabalho de Ionei Silva como Mestre dos Magos é amplamente lembrado, tendo conferido ao personagem uma voz serena e misteriosa que se tornou sua marca no Brasil. A partir do episódio 22, com a chegada da terceira temporada, Miguel Rosenberg assumiu o papel, refletindo uma transição discreta, mas perceptível aos ouvidos mais atentos.
O temido Vingador, por sua vez, recebeu uma das vozes mais icônicas da dublagem brasileira: Orlando Drummond. Sua interpretação mesclava autoridade, raiva contida e uma pitada de sarcasmo, tornando o vilão ao mesmo tempo ameaçador e fascinante. Foi uma das vozes mais consistentes da série, permanecendo a mesma em todas as temporadas.
O líder do grupo, Hank, o Arqueiro, foi dublado por Ricardo Schnetzer, cuja voz firme e inspiradora transmitia bem a postura de liderança do personagem. Schnetzer deu a Hank um tom de maturidade, responsabilidade e coragem que ajudava a equilibrar os perfis mais impulsivos dos demais jovens. Sua voz permaneceu constante ao longo de todos os episódios, o que reforçou a coerência do personagem na trajetória da série.
A corajosa e protetora Sheila, a Ladra, teve inicialmente a voz de Marlene Costa, que soube dar à personagem um tom doce, cuidadoso e levemente inseguro, refletindo a personalidade mais sensível da jovem. No entanto, a partir dos episódios da terceira temporada, Fernanda Baronne assumiu o papel, trazendo uma voz igualmente suave, mas com um pouco mais de firmeza — uma sutil evolução que acompanhou o amadurecimento da personagem nas histórias finais.
O sarcástico e muitas vezes medroso Eric, o Cavaleiro, começou sendo dublado por Mário Jorge de Andrade, que captou com precisão o humor ácido e o jeito reclamão do personagem, sem jamais torná-lo antipático. Já nos episódios redublados, Ettore Zuim assumiu a voz de Eric, mantendo a energia cômica do personagem, mas com uma interpretação um pouco mais contida. Apesar da diferença de estilo, a troca não comprometeu a construção do cavaleiro atrapalhado.
A destemida Diana, a Amazona, teve uma interpretação consistente e marcante de Mônica Rossi, que manteve-se no papel durante toda a série. Sua voz transmitia força, agilidade e independência, atributos centrais da personagem. Mônica deu à amazona uma presença vocal firme e determinada, equilibrando bem os momentos de ação e emoção.
O atrapalhado e carismático Presto, o Mago, foi dublado por Nizo Neto na maior parte da série, entregando uma performance leve, juvenil e simpática, com o tom exato de insegurança do aprendiz de feiticeiro. Já nos episódios da terceira temporada, o personagem passou a ser interpretado por Gabriel Teller, cuja voz um pouco mais aguda trouxe uma leitura diferente, mas ainda coerente com o perfil do personagem.
O pequeno e explosivo Bobby, o Bárbaro, foi interpretado por Henrique Ogalla, que também dirigia a dublagem. Sua atuação dava ao personagem o tom ideal de bravura infantil, com energia e impaciência características da idade. Ogalla ainda assumiu a voz de Uni, a mascote do grupo, com vocalizações, num trabalho vocal que exigia versatilidade e sensibilidade.
Participações e Vozes Memoráveis
O elenco de apoio contou com grandes nomes da dublagem brasileira, como José Santa Cruz, Carmen Sheila, Paulo Pinheiro, Amaury Costa, Viviane Farias e Maria da Penha, que deram vida a vilões, criaturas mágicas e personagens de episódios pontuais.
Vozes como as do Demônio das Sombras, Tiamat, Dekion, Sir Jones, Zandora, Ramoud, Varla e tantos outros ficaram marcadas não só pela boa dublagem, mas também pela intensidade com que esses personagens contribuíam para a narrativa.
Legado e Repercussão
Mesmo com poucos episódios e sem um encerramento oficial, Caverna do Dragão se tornou uma lenda. Fãs especularam por anos sobre um suposto episódio final, até que em 2023 a série ganhou um comercial de TV com atores brasileiros encerrando a história — um tributo à nostalgia.
A dublagem brasileira, em especial, permanece como um dos fatores decisivos para a longevidade da série no imaginário popular. O equilíbrio entre vozes carismáticas e atuações marcantes tornou-se referência para fãs e profissionais da área.

























































