Les Aventures de Tintim
As Aventuras de Tintim
- 02/10/1991 - 1992.
- 3 temporadas (39 episódios).
- Ellipse Animation.

DIREÇÃO DE DUBLAGEM:
Herbert Richers Jr.
ESTÚDIO DE DUBLAGEM:
Herbert Richers
MÍDIAS:
Televisão
Elenco Principal


Aparições Recorrentes









A Dublagem
Quando As Aventuras de Tintim desembarcaram no Brasil em 1994, foi com a força de vozes que se tornaram icônicas e intransponíveis para qualquer tentativa futura de redublagem.
Com produção da Ellipse-Nelvana (1991–1992), o desenho estreou na TV Cultura, encantou gerações e foi marcado pelo trabalho do estúdio Herbert Richers, dirigido por Herbert Richers Jr..
O Mundo de Tintim: A Jornada do Repórter Mais Intrépido da Animação
Baseado na célebre série de quadrinhos do belga Hergé, As Aventuras de Tintim ganhou sua versão definitiva para a televisão no início dos anos 1990, numa coprodução entre a Ellipse Programmé (França) e a Nelvana (Canadá). Lançada em 1991 e finalizada em 1992, a animação adaptou com fidelidade 21 álbuns das histórias originais em 39 episódios — distribuídos ao longo de três temporadas. A fidelidade não era apenas gráfica, mas também narrativa: a série respeita os enquadramentos, o ritmo visual e o caráter dos personagens, com traço limpo e sequências quase cinematográficas.
Cada episódio tem cerca de 22 minutos e recria fielmente o estilo de narrativa gráfica que tornou Tintim um fenômeno global. O próprio Hergé faleceu em 1983, mas o projeto teve o aval de seus herdeiros e da Fondation Hergé, com envolvimento direto na supervisão criativa.
Aventuras, Mistérios e Mapas Antigos
O protagonista é o jovem jornalista Tintim, eternamente acompanhado de seu esperto cãozinho Milu. Com aparência simples, sem vaidades, mas dono de um faro investigativo afiado, Tintim se vê constantemente envolvido em tramas internacionais cheias de espionagem, arqueologia, pirataria, política e até ficção científica.
Ele percorre o mundo — da América do Sul ao Egito, do Tibete ao fundo do oceano — enfrentando desde ditadores fictícios a redes de tráfico de ópio, sempre munido de coragem, ética e um caderninho no bolso.
A galeria de personagens coadjuvantes é uma das maiores riquezas da série. O beberrão e colérico Capitão Haddock, o distraído Professor Girassol, os atrapalhados detetives Dupond e Dupont, e a cantora de ópera Bianca Castafiore — todos têm presença constante, humor marcante e vínculos afetivos com o público.
Ainda que voltado ao público infantojuvenil, Tintim nunca tratou o espectador como ingênuo. Seus roteiros são densos, frequentemente recheados de referências históricas e geopolíticas, o que tornou o desenho uma experiência que atravessa gerações. A produção equilibra bem a tensão das tramas com momentos de leveza cômica, e mantém até hoje um apelo atemporal, mesmo em face de críticas modernas sobre alguns estereótipos de época presentes nos materiais originais.
Vozes e o Desafio do Tom “Linear”
Escolher um dublador para Tintim foi tão criterioso que envolveu um teste incomum: Oberdan Júnior, então pouco conhecido, foi selecionado por confiar em uma interpretação “com inflexão bem perto do zero”, mantendo-se fiel à fórmula original dos quadrinhos, segundo seu relato ao Desfoque Podcast. Esse minimalismo de estilo foi deliberado — refletia a personalidade neutra, justa e serena do protagonista.
Já o explosivo Capitão Haddock ganhou vida em português com Isaac Bardavid, cuja voz explosiva e carismática tornou-se sinônimo do personagem, eternizando bordões como “mil borrascas!”. Bardavid permaneceu o Haddock da série clássica, ainda que não tenha sido chamado para redublar o filme de Spielberg, opção que gerou frustração entre os fãs.
O elenco se completou com Orlando Drummond (Professor Girassol), Darcy Pedrosa e Márcio Simões (Dupond e Dupont), além de vozes recorrentes como Paulo Flores, Geisa Vidal (Bianca Castafiore), Leonardo José (Allan Thompson), José Santa Cruz e Miguel Rosenberg.
Percurso na Tela: Exibições, Reprises e Popularidade
As Aventuras de Tintim chegou oficialmente à televisão brasileira no dia 31 de janeiro de 1994, exibida pela TV Cultura com a clássica dublagem feita nos estúdios Herbert Richers, que cobriu integralmente as três temporadas da série. A animação foi reapresentada com frequência pela emissora ao longo dos anos 1990 e 2000, inclusive ganhando espaço no Canal Futura entre 2007 e 2012, mantendo sempre a dublagem original brasileira — considerada definitiva por boa parte dos fãs.
A partir de 20 de junho de 2024, a TV Cultura passou a exibir a série com uma nova versão dublada, produzida pelo estúdio americano The Kitchen Inc., que gerou controvérsia entre o público nostálgico. Essa redublagem, feita originalmente para o mercado de streaming, substitui as vozes icônicas da Herbert Richers e cobre, até o momento, apenas a primeira temporada.
O trabalho da Kitchen teve uma recepção majoritariamente negativa: fãs reclamaram da falta de encaixe nos personagens — “Tintim chama Haddock de Raddock” — e criticaram a qualidade técnica e afetiva reduzida.
Nos anos 2000, a série foi lançada em home vídeo no Brasil. Os primeiros títulos chegaram em DVDs individuais, como O Segredo do Licorne (episódios 3 e 4) e O Caranguejo das Garras de Ouro (episódios 1 e 2), todos com a dublagem da Herbert Richers. Em 2008, a série ganhou uma edição em box com os 39 episódios organizados em três volumes, preservando o áudio original em português.
No streaming, a série apareceu pela primeira vez no catálogo da Netflix entre novembro de 2015 e outubro de 2017, mas já com a polêmica redublagem da The Kitchen Inc. Após esse período, houve breves reaparições em plataformas diversas, mas nenhuma com a versão clássica em evidência.
Legado da Dublagem Herbert Richers
Nada se compara às vozes originais. A interpretação minimalista de Oberdan Júnior, combinada com a intensidade de Bardavid e a experiência vocal de Drummond, Pedrosa e Simões, se tornou referência na dublagem brasileira. Como afirma o próprio Oberdan, o método era artesanal, fruto de um tempo com menos pressa e mais dedicação.
O impacto emocional desses profissionais permanece vivo, especialmente na percepção de que a dublagem é transformação cultural — não apenas tradução. O retorno das versões clássicas por canais e DVDs demonstra que as vozes da Herbert Richers transcenderam formatos e décadas.
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