Kamen Raidā Burakku - 仮面ライダーBLACK
Kamen Rider Black
- de 04/10/1987 a 09/10/1988.
- 1 temporada (51 episódios,).
- Toei Company.

DIREÇÃO DE DUBLAGEM:
João Paulo Ramalho (Álamo)/ Nelson Machado (Centauro)
ESTÚDIO DE DUBLAGEM:
Álamo e Centauro
MÍDIAS:
Televisão e VHS
Elenco Principal












Outros


A Dublagem
No início da década de 1990, quando os tokusatsus já eram febre na televisão brasileira, a Rede Manchete trouxe uma novidade que mudaria para sempre a relação dos fãs com o gênero. Em 1991 estreava Black Kamen Rider, conhecido simplesmente como Black, o primeiro representante da franquia Kamen Rider exibido por aqui.
Produzida pela Toei Company e exibida no Japão entre 1987 e 1988, a série apresentava um herói sombrio, com uma narrativa mais madura e carregada de drama, o que a diferenciava das demais produções tokusatsu da época.
Para os brasileiros, Black se tornaria um fenômeno, conquistando uma geração de fãs e criando uma legião de admiradores fiéis do “Homem Mutante”.
A produção e o enredo sombrio
Kamen Rider Black foi concebida como uma renovação da franquia criada por Shotaro Ishinomori, trazendo uma estética mais séria e uma trama que mergulhava em temas de sacrifício, destino e fraternidade destruída.
A história acompanha Issamu Minami (Kotaro Minami no original) e seu irmão adotivo Nobuhiko Akizuki, que nasceram durante um eclipse solar. Ambos são sequestrados pela seita demoníaca Gorgom e preparados para se tornarem os novos Imperadores Seculares, sucessores do Grande Rei. Para isso, seus corpos recebem o poder da King Stone, joia mística que os transforma em super-humanos. O destino cruel impõe que os dois irmãos lutem até a morte para definir quem assumirá o trono.
Issamu, porém, consegue escapar antes da lavagem cerebral final, transformando-se no Kamen Rider Black, um guerreiro que luta contra a Gorgom para salvar seu irmão, agora aprisionado na identidade sombria de Shadow Moon. Esse confronto entre irmãos – carregado de emoção e tragédia – se tornaria o coração da série, marcando profundamente os fãs e estabelecendo Black como uma das obras mais impactantes da franquia.
A trajetória de Black no Brasil
No Brasil, a série chegou no dia 22 de abril de 1991 pela Manchete, sendo exibida diariamente e logo conquistando uma imensa popularidade. O impacto foi imediato: bonecos, álbuns de figurinhas e fitas VHS começaram a circular, alimentando o sucesso do “Homem Mutante”. No entanto, um detalhe intrigante marcou a exibição: o último episódio nunca foi transmitido pela Manchete, deixando a conclusão da história inédita para os fãs da época.
Nos anos seguintes, Black retornou em outros canais, como a Ulbra TV em 2010, e em 2020 chegou a ser exibido pela Band, com a promessa de trazer finalmente o episódio final dublado. Porém, uma disputa judicial envolvendo direitos da dublagem interrompeu a exibição após apenas dois episódios, frustrando novamente o público.
Atualmente, a série pode ser assistida no Pluto TV (dublada) e também no Amazon Prime Video e no YouTube do canal Tokusato, onde aparece em versão legendada. Mais recentemente, o episódio final foi disponibilizado no Mercado Play, com a tão aguardada dublagem que reuniu veteranos e novos nomes.
As vozes que marcaram o Homem Mutante
Se o visual sombrio e a trama dramática de Black já impressionavam, foi a dublagem brasileira realizada pela Álamo que deu vida definitiva aos personagens no Brasil.
Élcio Sodré, que emprestou sua voz a Issamu Minami, criou uma interpretação marcante, equilibrando a serenidade do herói com a dor do jovem destinado a enfrentar seu próprio irmão. Sua atuação transmitia coragem, mas também o peso da tragédia que carregava – algo essencial para a aura de Black.
Do outro lado, Francisco Brêtas deu vida a Nobuhiko/Shadow Moon, e sua performance sombria, profunda e ameaçadora se tornou um dos destaques da série. A voz de Brêtas transmitia a dualidade entre a frieza imposta pela Gorgom e os resquícios de humanidade do personagem, criando um vilão que despertava tanto medo quanto compaixão.
Entre os coadjuvantes, a jovem Kyoko Akizuki, interpretada por Rosana Peres, tinha uma voz que transmitia doçura e coragem, funcionando como um contraponto humano ao clima pesado da trama. Satie, dublada por Rosa Maria Baroli, também ganhou força graças à interpretação calorosa e expressiva da atriz. Já o Professor Akizuki, vivido na versão brasileira por Oswaldo Boaretto, transmitia autoridade e sabedoria, reforçando sua importância como figura paterna.
Do lado dos vilões, a dublagem da Álamo também brilhou. Ricardo Nóvoa deu vida ao ameaçador Danker, enquanto Patrícia Scalvi interpretava a manipuladora Pérola, ambos com performances intensas que ajudaram a dar peso ao Império Gorgom. José Parisi Jr., por sua vez, foi a voz de Baraom, trazendo imponência ao sacerdote inimigo.
Cada voz colaborou para a atmosfera sombria e dramática da série, e o trabalho coletivo da equipe de dublagem foi decisivo para o sucesso de Black no Brasil.
O legado sombrio de Black
Kamen Rider Black não foi apenas mais um tokusatsu exibido no Brasil. Ele se tornou um símbolo de transição dentro da franquia Kamen Rider, sendo até hoje lembrado como um dos mais fortes e dramáticos de todos os tempos. Foi também a série que apresentou o herói japonês a milhões de brasileiros, consolidando um legado que ecoa até hoje em eventos, colecionáveis e exibições especiais.
Além disso, Black abriu caminho para sua continuação direta, Kamen Rider Black RX, exibida pela Manchete em 1995, criando uma linha de continuidade rara dentro da franquia. Para os fãs brasileiros, Black permanece como o herói sombrio que marcou uma geração e que até hoje é lembrado como um dos maiores tokusatsus já exibidos em nossa televisão.




























