True Blue
Força de Emergência
- de 03/12/1989 a 16/02/1990.
- 1 temporada (12 episódios).
- Grosso-Jacobson Productions.

DIREÇÃO DE DUBLAGEM:
José Santana
ESTÚDIO DE DUBLAGEM:
Herbert Richers
MÍDIAS:
Televisão
Elenco Principal














A Dublagem
A Dublagem
Força de Emergência — conhecida nos EUA como True Blue — é um drama policial centrado no Emergency Service Unit (ESU) do Departamento de Polícia de Nova York.
Produzida pela Grosso-Jacobson Productions, a série foi ao ar originalmente entre 3 de dezembro de 1989 e 16 de fevereiro de 1990, totalizando uma temporada curta, mas intensa, com 12 episódios (uma produção curta que privilegiou casos fechados e a sensação de urgência).
No Laboratório das Emergências
Criada por David J. Kinghorn, True Blue propõe um olhar quase documental sobre uma unidade especializada responsável por resgates, intervenções táticas e operações que fogem ao escopo do policial de rua — de sequestros e reféns a desarmamento de bombas, passando por resgates em locais inusitados da cidade.
A cada episódio o roteiro mistura ação técnica (procedimentos e manobras do ESU) com os dilemas pessoais dos integrantes: a pressão de salvar vidas, os vínculos em ambiente extremo e as feridas que a rotina de alto risco deixa na vida íntima dos policiais. O tom conecta a adrenalina procedural com momentos de drama humano e, por isso, o seriado lembrou o público das séries de “esquadrão” e resgate da época.
Chegada e trajetória no Brasil
No Brasil, a primeira vez que o público teve contato com a produção não foi direto com a série, mas sim com o longa-metragem piloto, exibido pela Rede Globo dentro do Supercine em 4 de agosto de 1990. Poucos dias depois, em 7 de agosto de 1990, a emissora estreou oficialmente o seriado como programa regular, ocupando as noites de terça-feira às 23h.
A Globo manteve Força de Emergência em sua grade até o ano seguinte, quando a série foi retirada da programação. Assim como ocorreu com outros títulos curtos trazidos pela emissora na época, não houve reprise em outras faixas da casa, e a produção acabou desaparecendo da TV aberta brasileira, ficando marcada apenas na memória dos telespectadores que acompanharam aquelas noites de 1990 e 1991.
Vozes na Linha de Frente
A adaptação sonora para o público brasileiro foi realizada pelo estúdio Herbert Richers, com José Santana na direção de dublagem — uma combinação que, na época, significava garantia de técnica e adaptação fiel ao texto original. A versão nacional precisou traduzir muito mais do que falas: traduziu tensão, ritmo de ação e o realismo procedural das missões do ESU, equilibrando o tom dramático com a urgência dos diálogos de operação.
André Filho foi a voz que representou o operativo central da equipe, Bobby Traverso: seu trabalho ajudou a fundir a determinação profissional do personagem com os momentos de dúvida e cansaço que a trama expõe. Amaury Costa, por seu turno, emprestou a Red Tollin a entonação firme e o peso da experiência — a voz apropriada para um oficial que viveu muita rua e carrega o cinismo e a autoridade que isso traz.
Roberto Macedo, ao dar voz a Geno Toffenelli, e Ricardo Schnetzer, como Casey Pierce, reforçaram a sensação de um plantel diverso: um misto de veteranos que sabem exatamente o que fazer e jovens que aprendem na prática a cada ocorrência; a dublagem apontou essas diferenças sem descolar do realismo da série.
O comando, representado por Bill Triplett, encontrou em José Santana um eco natural — ele dirigiu e também interpretou, imprimindo à liderança uma voz que combina pragmatismo com rigor. Nas personagens de apoio, atuações como a de Sheila Dorfman (Jessica Haley) e Júlio Chaves (Frankie Avila) completaram o quadro com nuances de humanidade, seja numa cena de resgate, seja numa conversa de corredor que revela o preço psicológico daquele trabalho.
Como acontece em produções de missão e resgate, a dublagem precisou trabalhar com termos técnicos, contagens, chamadas rápidas e um fluxo de frases curtas e tensas — e a Herbert Richers teve o desafio e a opção de manter o ritmo original, sem “adoçar” a linguagem, preservando o sentido de urgência e verossimilhança.
Uma Série Curta, Memória Longa
Mesmo com uma única temporada, Força de Emergência deixou lembranças importantes: foi uma tentativa de levar ao público televisivo o trabalho de uma unidade especializada com enfoque técnico e humano, algo que não era tão comum nas séries policiais de horário nobre da época.
No Brasil, a exibição limitada e a pouca republicação fizeram da série uma lembrança para quem acompanhou as transmissões em 1990 — um título “achado” por fãs de dramas policiais com gosto por produção voltada a operações táticas e resgates extremos.
Hoje o seriado figura em catálogos históricos e bases de dados como uma curiosidade representativa desse tipo de conteúdo de final de década de 1980.



















