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Crítica: A Dublagem de Rambo: Até o Fim.

RAMBO: ATÉ O FIM

LANÇAMENTO:
19 de setembro de 2019

DURAÇÃO:
1h 40min

DIREÇÃO:
Adrian Grunberg

GÊNEROS:
Biografia, Comédia Musical


NACIONALIDADE:
EUA

DUBLAGEM

ESTÚDIO:
Unisom

DIREÇÃO:

TRADUÇÃO:

ELENCO DE DUBLAGEM

Luiz Feier Motta: Sylvester Stallone (John Rambo)

Sylvia Sallusti: Yvette Monreal (Gabrielle)

Mauro Ramos: Louis Mandylor (Xerife)

Rosa Maria Baroli: Adriana Barraza (Maria Beltran)

Alexandre Marconato: Marco de la O  (Miguel)

Mabel Cezar: Paz Vega (Carmen Delgado)

Nestor Chiesse: Sergio Peris-Mencheta (Hugo Martínez)

Dláigelles Silva: Óscar Jaenada (Victor Martinez)

Raquel Marinho: (Giselle)

 

Rambo está de volta e com ele um público nostálgico que aprendeu a gostar da ação proporcionada pelo ex Boina Verde. Envelhecido, Stallone continua icônico na pele do personagem e não tem culpa alguma da produção mal concebida de Adrian Grunberg.

Como o quarto filme decepcionou, o público fiel do herói esperava bem mais de Rambo: Até o Fim, então todas as expectativas positivas foram depositadas nessa produção, mas infelizmente, há sangue de mais e história de menos.  O que salva a produção, para o público mais nostálgico, é que os elementos de violência tão marcantes do personagem estão todos lá e por um momento é possível sentir saudade dos primeiros longas.

Mas deixando toda essa discussão que circundou a qualidade do filme, vamos para a dublagem que é a nossa pauta aqui. Sua versão brasileira também entrou nesse clima de nostalgia e logicamente qualquer fã do herói iria preferir André Filho dando falas brasileiras ao Stallone, mas com o falecimento do dublador em março de 1997, o astro foi brilhantemente feito por Luiz Feier Motta desde então, e não há do que reclamar.

Motta, tem mais de 20 anos atuando na dublagem de Stallone, e ao longo deles conquistou seu espaço na dublagem brasileira como a voz do “Garanhão Italiano”. A cada trabalho, o dublador se apresenta mais maduro e a vontade fazendo seu “boneco”.

Confesso que por sua voz está associada às narrações de trailers e locuções de comerciais, e seu timbre e ritmo acostumados a esse tipo de produto, temi pela qualidade da dublagem, pois o filme tem muito texto em off e poderia soar artificial. Porém Motta garante cada minuto gasto no estúdio com uma baita interpretação, e curiosamente está bem melhor nas narrações em off, dando um impacto maior à trama e mostrando os momentos de confusão mental da personagem.

A cena final onde Luiz Motta interpreta um Rambo desolado e ferido em sua cadeira de balanço é de arrepiar. A interpretação do protagonista está carregada de dramaticidade e ódio sem deixar o timbre forte que o dublador sempre oferece.

A dublagem de Rambo: Até o Fim se sustenta principalmente na excelente escolha do elenco principal. Sylvia Sallusti perfeita como Yvette Monreal (Gabrielle), passando a mistura de inocência e determinação da personagem; Mauro Ramos faz com excelência Louis Mandylor (Xerife), Raquel Marinho também se sai muito bem como Adriana Barraza (Maria Beltran) e Mabel Cezar como sempre proporciona uma interpretação convincente a Paz Vega (Carmen Delgado).

O problema é que o elenco de apoio parece ser dublado às pressas e não passa muita credibilidade em algumas cenas. Principalmente naquelas em que há luta e tensão. Algumas falas lembram as tão criticadas dublagens vindas de fora do Brasil ou do interior paulista. E nesse aspecto o filme perde um pouco com sua versão em português.

As cena inicial da enxurrada e a luta final nos túneis, são bons exemplos de como é difícil dirigir uma dublagem com muitas vozes na tela, gravadas uma a uma no estúdio, e ainda assim manter a qualidade e unidade da cena. 

Por fim, o produto final está bom, principalmente por Motta, e faz a opção dublada ser a melhor escolha.

Izaías Correia
Izaías Correia
Professor, roteirista e web-designer, responsável pelo site InfanTv. Também é pesquisador da dublagem brasileira.

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