Elenco de Dublagem - Desenhos

Dirty Dawg

Cachorro Sujo

DIREÇÃO DE DUBLAGEM:

?

ESTÚDIO DE DUBLAGEM:

Herbert Richers

MÍDIAS:

Televisão

Elenco Principal

Outros

A Dublagem

Na primeira metade dos anos 80, a TV brasileira estava repleta de personagens inusitados, é o caso de Cachorro Sujo (Dirty Dawg), um segmento pouco lembrado, mas que se destacou para aqueles que acompanhava os blocos de desenhos da Hanna-Barbera.

Embora sua exibição fosse breve, a dublagem brasileira, mais uma vez, foi peça fundamental para que o público infantil se conectasse àquele cãozinho malandro e seu inseparável comparsa, um rato esperto e oportunista.


 

Um Show de Segmentos: A origem do cão de rua

Dirty Dawg estreou originalmente nos Estados Unidos em 1981 como parte de um pacote maior da Hanna-Barbera chamado The Kwicky Koala Show (ou, no Brasil, O Show do Coala Bala). O programa reunia vários curtas independentes: ambém faziam parte do show Os Irmãos Bamba, Gato Maluco, Coala Bala e o próprio Cachorro Sujo.

Em cada episódio, o protagonista — um cão de rua com planos mirabolantes para conseguir comida ou abrigo — tentava, com a ajuda do amigo rato, escapar do rígido guarda da cidade.

A série seguia o estilo típico da Hanna-Barbera: ritmo rápido, humor físico, tramas repetitivas, mas com personagens carismáticos e um traço familiar ao público já acostumado com Zé Colmeia e companhia.

 

Do Balão para a Rua: A chegada ao Brasil

No Brasil, Cachorro Sujo estreou em 1983, dentro do clássico Balão Mágico, exibido nas manhãs da TV Globo. O personagem logo se destacou por seu estilo desleixado e seu humor mais “adulto” — dentro dos limites do público infantil, é claro. Ao lado do irreverente Coala Bala, a série era exibida como parte do programa que se tornaria referência da infância daquela geração.

Mesmo com poucos episódios — apenas 16 no total —, Cachorro Sujo foi daqueles personagens que sobreviveram no imaginário graças ao poder de suas vozes brasileiras.

 

Na Sarjeta com Estilo: A dublagem na Herbert Richers

A dublagem nacional foi realizada pela tradicional Herbert Richers, no Rio de Janeiro. Embora a direção não tenha registro conhecido, sabe-se que o elenco de vozes foi composto por grandes nomes da dublagem brasileira.

O protagonista Sujo foi interpretado por Ionei Silva, que soube imprimir um tom rouco, cínico e espirituoso ao cachorro malandro. Seu parceiro, o Ratinho, foi dublado com agilidade e ironia por Mário Jorge de Andrade, um dos dubladores mais ativos da casa e conhecido por dar voz a astros como Eddie Murphy.

Fechando o núcleo principal, o Guarda da cidade — o antagonista das confusões — ficou por conta de ninguém menos que Isaac Bardavid, cuja voz imponente servia como contraponto perfeito para a irreverência dos dois protagonistas.

A leitura dos títulos dos episódios era feita por Ricardo Mariano Dublasievicz, outra voz reconhecível por quem cresceu ouvindo as aberturas adaptadas da Richers.


 

Um Sujeitinho Esquecido? Nem Tanto.

Apesar de não ter recebido reprises ou lançamentos em DVD no Brasil, Cachorro Sujo ainda é lembrado pelos fãs mais atentos da era clássica da dublagem. Como parte de um programa de segmentos, o desenho era frequentemente ofuscado por personagens mais populares, mas sua dublagem cheia de ritmo, improviso e expressividade permitiu que o personagem se destacasse em meio ao pacote Hanna-Barbera.

Não era preciso muito para conquistar o público nos anos 80 — bastava um personagem carismático, um roteiro esperto e, sobretudo, uma dublagem de qualidade, capaz de transformar um cão de rua americano em um “malandro carioca” de coração brasileiro.

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Izaías Correia
Professor, roteirista e web-designer, responsável pelo site InfanTv. Também é pesquisador da dublagem brasileira.

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