Elenco de Dublagem - Desenhos

Felix Cat, shorts

Gato Félix

DIREÇÃO DE DUBLAGEM:

Mário Jorge Montini

ESTÚDIO DE DUBLAGEM:

BKS

MÍDIAS:

Televisão

Elenco Principal

Outros

A Dublagem

O Gato Félix, criado em 1919 por Otto Messmer e Pat Sullivan, é um dos personagens mais icônicos da história da animação. Originalmente concebido para o cinema mudo, o felino travesso conquistou o público com suas aventuras surreais e expressões cativantes.

Com o tempo, esses curtas animados migraram para a televisão, chegando ao Brasil por meio de distribuidoras internacionais, como Van Beuren e Commonwealth Pictures, que adquiriram os direitos para exibição na TV mundial.


 

O Nascimento de um Ícone

Os primeiros curtas do Gato Félix foram produzidos entre 1919 e 1936, destacando-se pela animação inovadora e pelo humor visual característico da era do cinema mudo.

o gato chamava a atenção por onde passava por ser uma referência de boa conduta, sempre tratando os que encontrava com muito respeito e gentileza, o tipo de comportamento perfeito para quem queria viver tranquilo, mas inevitavelmente o bichinho costumava se meter em encrencas.

Para se livrar de suas enrascadas o gato possuía uma espécie de superpoder bem esquisito, ele utilizava seu rabo, transformando-o em diversos objetos que precisava. Assim, era possível encontrá-lo empunhando uma espada ou uma chave para abrir uma porta, objetos transformados diretamente da sua calda. Às vezes Felix conseguia até mesmo tirar sua calda do corpo.

Chegada e Trajetória no Brasil: Da Tela Grande à Telinha

Com o advento da televisão, os curtas do Gato Félix foram redistribuídos para o novo meio, chegando ao Brasil através das distribuidoras Van Beuren e Commonwealth Pictures. Essas empresas adquiriram os direitos dos curtas originais e os adaptaram para exibição na TV brasileira, mantendo a essência do personagem e suas aventuras. 

Os desenhos mudos do Gato Félix chegaram ao Brasil pela TV Excelsior em 1960, sendo exibidos no horário das 19h30. Em 1961, começaram a chegar as animações faladas, que, embora não recebessem uma dublagem formal, tinham improvisados textos narrados pelo apresentador Nho Totico por cima das imagens, criando um formato único e cativante para o público infantil da época que não entendia as histórias em inglês.

Em 1965 que os desenhos foram exibidos nas tardes da recém-inaugurada Rede Globo aos domingos, junto com Hércules & Cia. Entre os curtas exibidos estavam principalmente os mudos, e alguns que eram falados receberam legendas.

Em 1978, o Gato Félix passou a ser exibido na TVS, onde manteve uma presença constante entrando na década seguinte, consolidando sua posição como um dos desenhos animados favoritos entre o público brasileiro na emissora de Sílvio Santos. Foi a primeira vez que o personagem recebeu uma dublagem brasileira, realizada pela BKS.

O personagem teve ainda uma série produzida para a televisão em 1959 que chegou ao Brasil no início dos anos 80, impulsionada pelo sucesso dos curtas, e naturalmente  também recebeu uma dublagem da BKS. 


 

A Voz que Encantou Gerações

O estúdio BKS, localizado em São Paulo, foi o responsável pela dublagem dos curtas para a televisão brasileira.  A adaptação desempenhou um papel fundamental na popularização do Gato Félix no Brasil.

Com nomes expressivos da dublagem do estúdio sob comando de Mário Jorge Montini, op desenho trazia vozes marcantes que atuavam fazendo coadjuvantes como: Eleu Salvador, Borges de Barros, José Soares e Maralisi Tartarini.

Mas o grande destaque ficou naturalmente por conta da dubladora Márcia Gomes, responsável por dar voz ao personagem. Seu trabalho se destacou pelo uso de um falsete afinado e expressivo, que conferia ao felino um tom brincalhão e cativante, mas ao mesmo tempo doce e acolhedor. Nas cenas mais delicadas, sua interpretação carregava uma ternura que transmitia empatia e proximidade com o público; já nos momentos de ação e travessuras, imprimia energia e vivacidade, ressaltando o lado esperto e astuto do Gato Félix.

Essa combinação entre delicadeza e vigor fez muita diferença na forma como o personagem era percebido pelas crianças. O Félix de Márcia Gomes não era apenas engraçado ou simpático — ele tinha alma, transmitida pela entonação e pelo ritmo de fala, que se ajustava perfeitamente às mudanças de humor nas histórias.

A apresentação do título era feita por Chico Borges, cuja voz marcante ajudava a criar uma atmosfera envolvente para os espectadores.

A equipe de dubladores do estúdio trabalhou para adaptar os diálogos aos costumes e expressões brasileiras, garantindo que o humor e a essência dos curtas fossem preservados. A qualidade da dublagem contribuiu significativamente para o sucesso do Gato Félix no Brasil, tornando-o um dos desenhos animados mais queridos da época.


 

Uma Influência Duradoura

O Gato Félix deixou um legado duradouro na história da animação e na cultura pop brasileira. Sua transição do cinema mudo para a televisão, aliada à adaptação cuidadosa dos curtas para o público brasileiro, permitiu que o personagem permanecesse relevante por décadas.

A dublagem brasileira, com a atuação de Márcia Gomes, foi essencial para estabelecer uma conexão emocional com os espectadores, garantindo que o Gato Félix continuasse a encantar gerações de fãs.

No final dos anos 90 o desenho chegou à Globo com uma redublagem feita pela Herbert Richers.

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Izaías Correia
Professor, roteirista e web-designer, responsável pelo site InfanTv. Também é pesquisador da dublagem brasileira.

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